terça-feira, setembro 30, 2008

Receita de Galeto Assado com Limão

Adoro frango assado, especialmente se for galeto. Inventei esta receita e ficou sensacional. Daquelas prá se fazer quando se tem visita: é fácil, rápida, poucos ingredientes e impressiona. Eu faço com galetos - calculo 1 galeto para 2 pessoas - mas também pode ser feita com frango. Ah, é uma receita relativamente light, pois não usa manteiga ou margarina, só um pouco de azeite de oliva. Ou seja, perfeita!

Galeto Assado com Limão

Ingredientes
(para 4 pessoas)
2 galetos
3 dentes de alho
2 colheres, de sopa, de azeite de oliva
suco de 1 limão
3 colheres, de sopa, de tomilho
sal

Preparo
Esfregue sal em todo o galeto, inclusive na cavidade e por baixo da pele. Reserve. Misture os dentes de alho picadinhos, tomilho, suco de limão e azeite em uma tigela grande. Coloque os galetos nesta mistura e deixe marinar por 15 minutos, girando-os de vez em quando para temperar todos os lados. Com uma colher, despeje um pouco do tempero nas cavidades.

Passados os 15 minutos, escorra os líquidos em uma tigela. Transfira os galetos para uma assadeira e, com uma colher, separe um pouco do alho e tomilho da marinada e coloque-os debaixo da pele dos galetos e em seu interior. Descarte o líquido.

Leve ao forno pré-aquecido e quente, a 260º C, por 20 a 30 minutos ou até dourar a pele. Os galetos cozinham bem em forno quente, portanto é rápido. Se for usar frango ao invés de galeto, teste se o suco escorre claro (sem sangue) ao furar a carne com um garfo, para saber se já está bem cozido.

Sirva em seguida!


Yahoo! Avatars

quarta-feira, setembro 24, 2008

Arroz soltinho e carreteiro de primeira

Minha mãe sempre fez um carreteiro de matar. O arroz
de carreteiro, que nós sempre abreviamos ao falar aqui
no sul. Ao contrário do risoto italiano, em que buscamos
fazer com que o arroz solte amido formando aquele creme,
no carreteiro que aprendi a fazer com minha mãe a graça
era terminar com o arroz no ponto certo, mas bem "soltinho".

O arroz de carreteiro original, todos devem saber, é feito
com charque. Comida simples, de homem do campo. De preparo
rápido, usava ingredientes que podiam ser levados de um lado
para o outro sem refrigeração. Atualmente, nós chamamos uma
ampla variedade de receitas de carreteiro. Com filet
mignon
, alcatra, coxão de dentro, ou, meu favorito,
de sobras de churrasco.

Gosto de preparar o meu de modo bem simples: um refogado
básico, a carne, o arroz e água que dê. Aí vem o segredo:
após adicionar o arroz lavado à panela e completar com água,
NÃO SE MEXE MAIS EM NADA! Melhor: retire todos da cozinha,
não toque mais no fogão, não se fala alto na casa!
Acompanhe o cozimento a olho, levantando a tampa da panela
(que deve deixar uma fresta para o vapor do cozimento em
fogo baixo sair) delicadamente. Se faltar água, acrescente
somente o necessário, o ponto do arroz é fundamental.
Seguir estas orientações nada exatas não é tarefa
simples, mas esta é uma daquelas situações em que a
experiência se sobrepõe à receita escrita.

Aí... bem, aí veio o casamento e uma filha. Uma dupla que
gosta de arroz "emboladinho". Carreteiro "molhadinho".
Arroz tipo "unidos venceremos". Toda aquela técnica,
transmitida por gerações, subitamente caiu em desuso.

segunda-feira, setembro 22, 2008

Ostara, Perséfone e uma receita de flan de Jasmim

A primavera começa hoje, às 12:44 desta tarde. É o equinócio de primavera, quando o Sol está diretamente acima do equador, fazendo com que a noite o dia tenham duração igual. Na tradição pagã, o primeiro dia da primavera é Ostara, um Sabbat que simboliza o equilíbrio, momento de união entre a deusa Lua e o deus Sol. Deste dia em diante o dia dominará a noite, ou seja, os dias serão maiores que as noites. Os antigos pagãos costumavam acender fogueiras na noite de Ostara, para que o brilho do fogo trouxesse a fertilidade para a Terra e a segurança para seus lares, iluminando o caminho para que o Sol pudesse retornar à Terra.

O mito de Perséfone e a orígem da Primavera


Quem conta esta história é Homero, no século VII A.C.

Em um tempo muito antigo, era sempre Primavera. deméter, a deusa da fecundidade dos campos, passava o ano todo a cobrir a terra de verduras, flores e frutos. Os campos eram sempre verdejantes e as flores nunca murchavam. deméter era uma das esposas de Zeus, pai de todos os deuses e, com ele, tinha uma filha chamada Core. A jovem costumava brincar com as outras ninfas nos campos floridos. Um dia, atraída pelo perfume do narciso, Core afasta-se das companheiras e debruça- se para colher um botão que floria na borda de um penhasco. Nesse momento a terra se abre e surge da fenda o deus da morte e do mundo subterrâneo, Hades, que a carrega, apesar de seus gritos, em seu carro puxado por "imortais cavalos", para Hades, seu reino. Perséfone grita pedindo a Zeus que a salve, sem suspeitar que o rapto tinha sido tramado por ele mesmo e por Hades, seu irmão. Do fundo de sua gruta, Hécate, deusa da sombra e da tênue luz da lua, nada vê, mas ouve o grito de Core.

Durante 9 dias, deméter procura por sua filha, em vão. Na aurora do décimo dia, Hécate vem a seu encontro e diz à deusa inconsolável que sabia que sua filha tinha sido raptada mas não sabia por quem. Juntas, vão perguntar ao Sol, o deus Hélio, que tudo vê no seu curso pelo céu. O deus resplandecente conta que Perséfone tinha sido dada por Zeus a Hades para ser sua esposa e rainha do reino dos mortos, e volta para as alturas no seu carro de luz, deixando imersa em escuro desespero a deusa Deméter.

No mundo subterrâneio, Core recebe o nome de Perséfone.

Deméter abandona o Olimpo e vai para a cidade dos homens. Em toda a Terra, os campos secam e as plantas começam a murchar. As sementes não brotam mais. Zeus percebe que os homens estão perecendo pela fome e que, deste modo, não haverá mais oferendas e sacrifícios para os deuses. Os outros deuses vêm, então, suplicar à Deméter que volte ao Olimpo e cubra a Terra de fertilidade novamente. Mas ela declara que nenhuma semente brotará enquanto não lhe for devolvida Perséfone.

Finalmente, Zeus envia Hermes, o mensageiro, filho de Maia, ao Hades para pedir ao senhor dos mortos que concorde em ceder a esposa à sua mãe.

Hades dá seu consentimento; Core, exultante, prepara-se para partir. Na despedida, o marido pede-lhe que coma com ele alguns gomos de romã. Depois de compartilharem a fruta, Perséfone salta no carro dourado de Hermes e, "puxados por cavalos de longas asas" atravessam os mares, os picos das montanhas, e chegam ao bosque perto do templo. Mãe e filha correm em direção uma a outra e abraçam-se numa alegria sem limites. Subitamente, Deméter suspeita de um embuste e pergunta à filha se tinha comido alguma coisa enquanto estava no mundo subterrâneo. Perséfone lembra-se de ter partilhado a romã com o marido, e sua mãe sabe então que só a terá de volta por dois terços do ano. Um terço a filha terá que passar com Hades no reino dos mortos. Por isso durante uma terça parte do ano tudo seca e morre na natureza. E todos os anos, quando Core volta, tudo volta a brotar. Sua volta traz a primavera - sua mãe cobre a terra de flores.

Receita de Flan de Jasmim

Encontrei esta receita em um livro de Alain Ducasse, perfeita para a celebração da Primavera. É muito simples, uma variação perfumada do crème brullée, feita com chá de jasmim.

Ingredientes:

1 1/4 xícara de creme fresco
3 colheres, de sopa de leite
2 colheres, de sopa, de folhas de chá de jasmim (ou dois saquinhos)
1/2 xícara de açúcar
4 gemas de ovos grandes
1/3 de xícara de açúcar mascavo, peneirado

Preparo:

Misture o creme e leite em uma pequena panela e coloque no fogo até a fervura. Adicione o chá e remova do fogo. Cubra e deixe em infusão por 15 minutos.

Pré-aqueça o forno à temperatura baixa (150º C). Coloque 4 potes de sobremesa, reflatários, ou ramequins em uma assadeira. Reserve.

Bata o açúcar com as gemas até obter um creme espêsso amarelo-claro. Passe por uma peneira. Bata novamente, adicionando gradualmente o creme já perfumado pelo chá de jasmim. Coloque nos potes de sobremesa, enchendo-os até 3/4 de sua capacidade. Coloque a assadeira no forno e despeje água dentro dela, até a metade da altura dos potes. Asse por 40 a 45 minutos, até que os flans estejam firmes. Remova do forno e tire os potes da assadeira, deixando-os esfriar completamente.

Para servir, polvilhe açúcar mascavo sobre os flans e leve ao grill do forno por alguns minutos até que o açúcar derreta. Deixe esfriar por um minuto, decore com pequenas flores frescas e sirva.

(Imagem: "O Retorno de Perséfone" por Lord Frederic Leighton, 1891)

sábado, setembro 20, 2008

Risoto na espera

Fiquei fã de risotos depois que aprendi a preparar
o prato com arroz arbóreo, o arroz tipo italiano que
agente vê nos supermercados. A receita que li está
no livro do José Hugo Celidônio, Histórias e Receitas.
A Clarissa já escreveu sobre a técnica do risoto,
não vou repetir aqui. O que quero comentar é a dica
que o próprio Celidônio dá, quando descreve a receita,
de como interromper o preparo. No momento que o
risoto está quase pronto, e só o treino ensina o
instante exato, logo após acrescentar mais um pouco
de caldo de galinha, agente apaga o fogo. O arroz
ainda cozinha um pouco mais e absorve o caldo
enquanto "espera", mas fica num ponto em que é
possível preparar um complemento para a receita
sem atropelos.

É o momento de incrementar o prato. Camarão, por
exemplo, vai muito bem. Basta passar uns 500 g de
camarão graúdo no azeite de oliva com uma pitata
de sal e de pimenta do reino e despejar o conteúdo
na panela com o arroz. Misture tudo em fogo baixo,
até que o arroz absorva o excesso de líquido.

Frutos do mar vão muito bem: mexilhões, lula...
A próxima que vou experimentar é com salmão
defumado.

domingo, setembro 14, 2008

Fettucini com salmão defumado

Outro dia, correndo pelo supermercado, atrasado,
tendo que preparar um jantar rápido para as meninas,
resolvi recorrer àquela massinha rápida que
sempre faz sucesso nestas horas. A idéia era
preparar um fettucini com requeijão e cogumelos.
Para não repetir a receita de sempre e escutar aquele
“de novo” de minha filha, passei no balcão de congelados
e comprei 100 g de salmão defumado. Não ficou mal...

Aí vai:

100 g de salmão defumado cortado em tirinhas
cogumelos frescos (+/- 500 g)
um copo de requeijão
um punhado de cebolinha verde
¼ de cálice de um bom vinho branco
azeite de oliva
pimenta do reino
uma pitada de sal
fettucini Barilla


Corte a cebolinha e jogue-a no azeite quente em uma frigideira.
Imediatamente, acrescente os cogumelos fatiados. Dê uma boa
virada nos cogumelos, acrescente o vinho, o sal e a pimenta
e deixe-os cozinhar um pouco. Os cogumelos liberam água
rapidamente e encolhem à metade do tamanho em minutos.
Quando a mistura houver se reduzido um pouco, baixe o fogo
e acrescente o requeijão. Apague o fogo e adicione o salmão.

O fettucini, é claro, já deve estar à mão, cozido em água com sal,
al dente e escorrido. É só despejar o molho por cima e arrumar
o prato. Um bom chadornnay acompanha maravilhosamente bem.

quinta-feira, setembro 11, 2008

Receita de... Chimarrão!

Preciso admitir que sou uma gaúcha desnaturada: esqueci como se faz chimarrão! Há muitos anos não tomava, muito tempo longe da minha terra... Então, escrevi pro Gom pedindo ajuda. Ele me mandou uma mensagem explicando tudo e me salvou da vergonha de ter muitas cuias em casa e não saber preparar mais o mate! Aqui está, então, a mensagem dele na íntegra, para quem quiser experimentar esta bebida tipicamente gaúcha ou para os gaudérios mais esquecidos, como eu.

Receita de chimarrão (do Gom)


"O mate. Atenção aos detalhes!

A quantidade de erva. Enche até o ponto em que a cuia se estreita, antes de abrir a boca.

Inchar a erva. Tampa a cuia com a mão e deita ela para um lado, acomodando a erva em uma metade. Endireita cuia lentamente quando fôres colocar água, para que o morrinho não caia muito. A quantidade de água para inchar é um fator importante. De menos, não incha. Demais, entope a bomba por motivos transcendentais que não posso explicar neste espaço. Quando ponho água fria (Atenção, chimarrão se incha com água fria! Em temperaturas sub zero graus, admite-se uma água morna.), é direto da torneira, um jatinho leve que leva 3 segundos para encher a cuia. Deixa a cuia descansando por uns 5 minutos. O tempo dependerá da erva. Ao final, a água deve ter praticamente desaparecido, ou ficado muito pouquinho no fundo.

Colocando a bomba. Tapa o bocal com o polegar e acomoda a bomba no lado vazio da cuia. Destros deixam o lado direito (bomba em direção ao gaudério) para poder encher a cuia usando a mão direita na térmica.

Servindo a primeira cuia. A temperatura da água É MUITO IMPORTANTE. Mate quente demais não tem gosto de mate. Uma cuia só com água fervendo já "lava" o conteúdo, com se diz. A água deve estar em uma temperatura que em que possa ser tomada confortavelmente. Isto significa que o primeiro mate será frio e forte. Como gaudério é machista, e nada politicamente correto, nunca deixa a prenda tomar o primeiro. Bagual que é bagual, engole o amargo com um sorriso. Há quem cuspa os primeiros goles, mas nunca mais aparece no bolicho de vergonha.

Com faço isso todos os dias, posso estar até meio dormindo. Já percebo se a água esquentou muito no primeiro gole e ponho um pouquinho de água fria na térmica antes de servir a segunda cuia. Não vale aquele ditado que a água pro chimarrão deve apenas chiar. Se já está chiando, já está quente demais. Não esquece que estes ditos são pré era da térmica. A chaleira deixa a água esfriar muito rapidamente.

O treino leva a perfeição, gafanhota. Portanto, mãos à obra!"

segunda-feira, setembro 01, 2008

Receita: Cheesecake de cereja

Estou de volta: tirei férias do blog sem perceber! Nos últimos tempos, estive bastante ocupada em um site americano de relacionamento entre mães, do qual participo, e que vai fechar definitivamente agora em Setembro - foi vendido para uma grande multinacional. Eu e minhas amigas americanas virtuais ficamos em pânico por alguns dias até que, finalmente, começamos a transferir nossas "trouxinhas virtuais" para um outro site de relacionamento e, só agora, estamos mais calmas, nos sentindo em casa novamente. Hora de dar uma arrumadinha na minha cozinha, que ficou abandonada!

A semana começou bem, abri meu e-mail e vi que recebi de um amigo, Guilherme, uma poesia e uma música, que me inspiraram para publicar esta receita. É receita do livro da Nigella Lawson - Nigella Express (que ganhei na semana passada, do Gom, como presente de aniversário). A Nigella diz que é uma receita "arrebatadora" e eu, particularmente, acho passional e sensual - tudo a ver com a poesia e música que recebi hoje pela manhã ("E logo ela é só flama, inteiramente." LINDO!). E pecaminosa também, já que tem uma boa quantidade de calorias. ;)

E para meu querido amigo Oliver Pickwick, que andou reclamando de só comer lazanha fria (tens razão, estou até com vergonha...) digo que esta receita é digna de um espartano: tão fácil e rápida de fazer que nem vai no forno, usa geléia pronta, e é um espetáculo para os olhos. Portanto, espero que experimentes também! Deve combinar muito bem com aquele ritual de café que me ensinaste.

Gom: tiro o chapéu para a Nigella, o livro é demais! E vamos à receita!



Cheesecake de Cereja

Para a cobertura deste cheesecake, use geléia de cereja pronta. Existe uma marca francesa de geléias sem adição de açúcar, que se compra aqui no Brasil no supermercado, que é perfeita para esta cobertura: as cerejas são inteiras e muito saborosas. Não use cerejas em conserva ao maraschino como substituto, pois é muito diferente.

Ingredientes:

(6 a 8 porções)

125 g de biscoito maisena
75 g de manteiga amolecida
300 g de cream cheese
60 g de açúcar de confeiteiro
1 colher, de chá, de essência de baunilha
1/2 colher, de chá, de suco de limão
250 ml de creme de leite fresco
1 vidro (284 g) de geléia de cereja

Preparo:

Bata os biscoitos no processador de alimentos até que esfarelem (ou no liquidificador). Junte a manteiga e bata de novo até que virem uma massa compacta (se usar o liquidificador, misture a manteiga com os biscoitos esfarelados com a mão, em uma tigela).

Pressione esta mistura no fundo de uma fôrma redonda com fundo removível de 20 cm de diâmetro. Pressione bem os lados para que eles fiquem um pouco mais altos do que o fundo.

Bata juntos o cream cheese, o açúcar, a essência de baunilha e o limão, até a mistura ficar cremosa.

Bata o creme de leite e junte-o à mistura de cream cheese. Espalhe sobre a base de biscoitos e alise com uma espátula. Deixe na geladeira por 3 horas ou de um dia para o outro.

Na hora de servir, desenforme a cheesecake e espalhe por cima a geléia de cereja.